segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A doença como caminho

De uma maneira geral, a saúde é encarada como se fosse um estado de não doença, de não mal estar ou dor, quando o indivíduo pode continuar a levar a sua vida sem grandes alterações ou questionamentos.








É muito mais fácil tomar um medicamento para aliviar uma dor de cabeça, do que compreender a mensagem que o organismo está sinalizando. Somos muito imediatistas, tratamos apenas das aparências, não buscamos a origem ou as causas de nossa doença.



O corpo humano possui uma inteligência fisiológica cuja função básica é manter a homeostase do organismo diante de todos os estímulos do mundo exterior e interior. O equilíbrio é conseguido através da livre circulação de energia no organismo, assim como através das trocas contínuas entre o corpo e o meio ambiente. Esse fluxo contínuo de energia nos mantém vivos. Quando a circulação de energia não ocorre de uma maneira adequada surgem as doenças.



Nosso corpo vai sinalizando, com muita antecedência, o desequilíbrio através de pequenas alterações funcionais sem substrato físico; isto é, não há nada a nível orgânico que justifique aqueles sinais ou sintomas. Com a não valorização desses sinais e a manutenção do mesmo padrão de vida, as alterações físico-químicas vão-se cronificando, se solidificando até atingirem o seguimento físico; a doença passa a se expressar em algum tecido, órgão ou víscera, acompanhada de padrões mentais e emocionais bem determinados.



Saúde e doença são aspectos de um mesmo movimento. Através do desequilíbrio atingimos novo equilíbrio, uma nova freqüência, um novo patamar energético. No período de transição para esse novo padrão, vivencia-se a doença. Ela não é considerada como algo estranho, mas sim, a conseqüência de um conjunto de fatores que culminam em desarmonia e desequilíbrio. É através da doença que alcançamos saúde. Verifica-se, com uma certa freqüência, em pacientes com doenças graves ou terminais, relatos acerca de estarem vivendo melhor ou mais saudavelmente, a partir do momento em que se conscientizaram de sua doença.



Para vivermos em harmonia, precisamos ter flexibilidade e disposição para um grande número de opções de interação com o meio ambiente. Sem flexibilidade não há equilíbrio. Períodos de saúde precária são estágios naturais na interação contínua entre o indivíduo e o meio onde ele está inserido.

Estar em desequilíbrio significa passar por fases temporárias de doença, nas quais se pode aprender a crescer.



A doença é uma oportunidade para a introspecção, de modo que o problema original e as razoes para a escolha de uma certa via de fuga possam ser levadas a um nível consciente onde o problema possa ser resolvido. A função básica do terapeuta está em espelhar a verdade para o paciente, ajudá-lo a desenvolver uma consciência do processo de vida e dos mecanismos (obstáculos e ilusões) que se criam para gerar a doença e, também, poder ajudá-lo a entrar em sintonia com seus próprios recursos de cura, possibilitando o resgate da auto estima, da aceitação e do perdão.



Como diz a música de Milton Nascimento e Fernando Brandt, “O que importa é ouvir a voz que vem do coração”, curar-se é abrir o canal da comunicação, é fazer-se entrar em contato com a própria essência, é despertar a capacidade de ser, estar, criar e descriar, sonhar e realizar. Essa autodescoberta é o caminho da auto-cura, que nada mais é do que resgatar o amor próprio.



O organismo doente está envolvido no aparecimento, no desenvolvimento e na cura de sua doença. O ser humano pode se instalar na doença, pode obter com ela benefícios, mas pode principalmente pela doença, exprimir tendências profundas. O corpo relata, fala, descarrega e protesta através do seu próprio adoecimento. É sempre, uma forma de o organismo expressar conflitos profundos. Como os distúrbios digestivos, por exemplo, que são muitas vezes, expressão de conflitos entre o reter e o expelir, entre o desejo e a necessidade.



A doença, portanto, não é algo que vem de fora ou já está lá antecipada, é, sim, um modo peculiar de a pessoa se comunicar em circunstâncias adversas. É, pois, em suas várias formas, um modo de ser no mundo, um modo de se relacionar com as pessoas em volta. Isso nos leva a ter que encarar o limite do conhecimento técnico na compreensão dos mecanismos de formação das doenças; e, em função desses princípios colocarmo-nos a refletir sobre a importância de se mudar o foco da ação terapêutica, em vez de nos centrar na doença deslocarmos o foco para a interação com alguém que está doente, de quem, na verdade, podem advir os recursos realmente curadores de uma doença.



Cada região do corpo além de prestar-se a uma determinada função do organismo pode sinalizar uma zona específica de conflito entre a mente e o corpo. Esses conflitos que geraram emoções estão relacionados a acontecimentos da nossa vida no passado, que não foram bem trabalhados e em razão disso, permanecem mal resolvidos e criando obstáculos para a vida atual. Quando refletimos sobre os conflitos e qual a nossa responsabilidade neles, pode ocorrer a liberação e distribuição de energia que facilita nossa consciência, expressão emocional e a organização de um novo modo de nos colocarmos diante da vida.



Poderíamos, entre outras coisas, dizer que a doença é passagem, é comunicação, é transformação e, acima de tudo, poderíamos dizer que ela tem um sentido muito pessoal para cada um, a cada momento de indagação. A doença seria, então, uma entrada em outra realidade. Como um sonho, ela pode ter inúmeras leituras para cada pessoa.



A meditação e a oração são práticas que podem nos ajudar nesse processo. Como também podem ser úteis os trabalhos energéticos, as visualizações, os relaxamentos, e, em certos casos, as massagens. Tais práticas e técnicas abrem o caminho para uma outra relação com a doença. Uma relação em que não nos apegamos a ela e nem a rejeitamos. Apenas permitimos a sua presença e ouvimos o que ela tem a dizer, já que pode nos ensinar a ter uma nova relação com tudo o que nos cerca e com a vida.



Acima de tudo é possível compreender que nem sempre conseguiremos explicar o que nos acontece. Há muitas coisas misteriosas na vida e o decifrar delas permanecerá além do nosso alcance a despeito de qualquer esforço de nossa parte, entretanto, se formos humildes e confiantes, a nossa essência sempre nos mostrará o que é possível, e com referência ao que permanecer, além disso, nos guiará e ajudará a acolher e reverenciar o desígnio divino:



Ser Feliz, a sublime missão!

SABEDORIA E ESPIRITUALIDADE

Houve um dia em minha vida que passei a observar que as pessoas sem necessidades espirituais, aparentemente vivem melhor que aquelas que têm necessidade de conhecimento e sabedoria. Então, muitas vezes me fiz a


pergunta do “porquê” da necessidade que uns têm e outros não, de conhecer, de buscar a sabedoria. Pessoas que têm necessidades espirituais e pessoas sem necessidades espirituais.





O homem sem necessidades espirituais - o homem comum - seria mais feliz que o homem que busca o aperfeiçoamento de seu espírito? Faço a pergunta porque na Bíblia - Eclesiastes - 1, 18 - pode ser encontrada uma afirmação que mais parece um paradoxo se comparada com o contido em Provérbios 3.13, senão vejamos:





Eclesiastes:





Onde há muita sabedoria, há muitas dores.





Provérbios:





Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento.









Afinal, a sabedoria traz tristeza ou felicidade? Na verdade, tudo depende do propósito pelo qual a sabedoria ou o conhecimento são buscados, senão vejamos:





A sociedade contemporânea, como se sabe, dia a dia exige mais e mais conhecimentos e informações. Os homens diariamente são bombardeados por uma série de estímulos, informações que tanto pertencem ao mundo acadêmico quanto ao mundo social. A ciência evolui de forma intensa, o conhecimento se multiplica e geração após geração busca ambiente ampliar o conhecimento. A colaboração que os conhecimentos têm trazido à sociedade é inegável. As novas tecnologias que facilitam à vida do homem somadas a cura para várias doenças, incontestavelmente, merecem aplausos.





Todavia, todas essas maravilhas trazidas pelas descobertas científicas e moderna tecnologia trazem consigo seus efeitos colaterais, pois, desencadearam a síndrome do saber tornando o homem mais arrogante, menos humano e mais máquina. Nesse mundo novo as desigualdades e injustiças sociais tornaram-se maiores formando um verdadeiro abismo social entre aqueles que podem acessar as maravilhosas inovações e aqueles que são excluídos dessa sociedade contemporânea.





Nesse frenesi diário em que se encontra a humanidade parece não existir mais espaço para Deus. Na realidade, os homens tornaram-se “deuses de si mesmos”. Na ânsia de ganhar o mundo o homem está perdendo a sua alma. Nos raros momentos de calma e silêncio, o homem se dá conta que cavou dentro de si um enorme buraco - o vazio da alma.





O vazio da alma leva o homem a uma desenfreada busca da felicidade. Procura a felicidade no dinheiro, nas festas ruidosas, em viagens de turismo e sexo compulsivo, dentre outros prazeres materiais, até que um dia chega à conclusão que sua vida se tornou enfadonha e cansativa. Desiludido, fazendo uso de anestésicos e analgésicos para as dores da alma, procura conforto nos prazeres da vaidade ao se destacar dos outros homens pelos recursos financeiros, pelo poder, ou posição social. Quando não tem possibilidade de exercer tais poderes, encontra meios de conviver com aqueles que brilham segundo seus conceitos, procurando aquecer-se em seu clarão. Porém, é assim que passa a desenvolver o sentimento interno de inferioridade e profunda inveja secreta que na maioria das vezes faz nascer à raiva interna e muda.





Assim, o homem comum, sem necessidades espirituais busca incansavelmente pelas coisas dessa vida que existem debaixo do sol. O homem de maneira geral sente necessidade de aplausos, buscando a aprovação dos outros, daquilo que é e daquilo que faz. Busca a aprovação da sociedade, ignorando a aprovação de Deus, ou seja, se está agindo segundo a Lei Divina.



Em observando todas as obras humanas realizadas debaixo do sol, conclui-se que tudo que o homem faz é vaidade e em benefício próprio. Esse é o retrato do homem comum, do homem sem necessidades espirituais.



Se temos o homem comum, sem necessidades espirituais, de outro lado temos o homem superior que possui necessidade de nutrir o espírito. Esse segundo homem sabe que a felicidade não está fora de si, mas, dentro dele mesmo. É ele que faz ou encontra sua própria felicidade.





No decorrer de sua vida terrena, o homem que trilha o caminho do conhecimento em busca da sabedoria que lhe dá a autêntica felicidade, deve, portanto, ser e propiciar a si próprio o que existe de melhor e de mais importante, pois, segundo conhecido filósofo grego, “ a felicidade pertence àqueles que se bastam a si mesmos.”



Em verdade a vida deveria ser vivida para obter a aprovação Daquele que vive acima do sol e não para obter o aplauso daqueles que vivem debaixo do astro rei. Quem vive para merecer o aplauso dos homens é porque ainda está alimentando a vaidade. Na realidade, o homem nunca está satisfeito com o que tem e vive correndo atrás do vento.



Essa definição de correr atrás do vento é muito própria, porque o homem comum está sempre correndo por algo que não tem. E se por ventura vem a obter aquilo que almeja, imediatamente começa a desejar algo superior ou diferente daquilo que acabou de possuir. O homem comum ou vulgar é imensamente insatisfeito. Todas as coisas materiais incentivam a insatisfação, mesmo porque têm prazo de validade, ou seja, desvalorizam, deterioram.



O homem superior que busca as coisas de Deus sabe que elas são estáveis. Permanecem, duram para sempre. Não têm prazo de validade. São eternas.



Todavia, para alcançar a sabedoria, o homem que possui necessidades espirituais necessita ser disciplinado. O processo de conhecimento e do auto-aperfeiçoamento é como um caminho tortuoso e escarpado. Bem por isso, Jesus disse e Mateus escreveu no Capítulo 7, 13-do Evangelho:





Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.



A porta que escolhe o homem sem necessidades espirituais é larga, porque numerosos são os atrativos do mundo material para quem quer viver somente o aqui e agora. A porta escolhida pelo homem superior é estreita porque o homem que deseja transpô-la deve fazer grandes esforços e ter muita disciplina para vencer as suas más tendências, e poucos se resignam a isso. Bem por isso que se diz que o caminho da iluminação é difícil de ser percorrido.



Ao transpor a porta estreita dando início a sua jornada em direção a Luz, o homem, tal qual um aparelho receptor passa a sintonizar as irradiações espirituais vindas da grande estação emissora que é Deus. São irradiações de puro amor que ajudam o homem a desligar o aparelho que capta as baixas vibrações trocando-as pela suave energia cósmica. É como se o homem fosse uma antena que aos poucos passa a captar as vibrações que lhe fazem mais humano, mais amorável, mais terno, mais generoso. É a alma do homem captando as ondas curtas vindas da Espiritualidade que lhes transmite a suave melodia imortal.



Com amor,

Irmão Y

Voce conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos indios Cherokees???

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.


O filho se senta sozinho no topo de uma montanha a noite toda e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido. O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede. O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem. Finalmente... Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.



Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos Deus está olhando para nós, 'sentado ao nossolado'. Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo. Se você gostou desta história, reflita. E evite tirar a sua venda antes do amanhecer...

Moral da história:

Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele não esteja conosco. Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.